Em 2013 a Revista Exame trouxe na capa uma manchete bastante incisiva: 20 anos para o Brasil ficar rico. A reportagem falava da grande oportunidade que o país teria com o chamado bônus demográfico.
Bônus demográfico é o fenômeno que ocorre quando um país tem uma quantidade de pessoas em idade economicamente produtiva maior do que a parcela de pessoas em idade não produtiva, como idosos e crianças.
Essa situação demográfica representa uma grande oportunidade, porque com mais pessoas ativas a economia tende a crescer, a arrecadação de impostos também e o país se desenvolver, gerando investimentos e riqueza.
Com as mudanças demográficas pela qual o mundo vem passando, nas décadas recentes vimos o bônus demográfico chegar aos países em desenvolvimento, como na América Latina.
Mas o Brasil não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade.
O bônus demográfico não traz dividendos automaticamente, pela mera configuração da pirâmide populacional. Ele requer que o país faça sua lição de casa: invista nas populações mais jovens, tenha um sistema de ensino de qualidade, um ambiente de negócios que fomente a inovação e o empreendedorismo e boa governança dos recursos públicos, atributos que nem sempre estão presentes por aqui.
Alguns países asiáticos, como Coreia do Sul e Cingapura, fizeram essa lição de casa e colheram resultados expressivos. Hoje são nações mais desenvolvidas, com empresas inovadoras, economia pujante e profissionais qualificados.
O Brasil corre o risco de ser a primeira cobaia de um experimento econômico nada recomendável: ser o primeiro país que envelheceu antes de enriquecer. Outros países já passaram por processos de envelhecimento, como Japão, Espanha e Alemanha, mas eles possuem uma situação social e econômica bastante diferente da brasileira.
O Bônus demográfico não acontece se não há oportunidades para as pessoas em idade produtiva. São como diamantes brutos enterrados no fundo da terra, que ninguém jamais vai descobrir.
No Brasil, dez milhões de jovens são nem nem, ou seja, nem trabalham e nem estudam. Os indicadores econômicos são negativos há vários anos e a política tem sido uma usina de más notícias.
A janela do bônus demográfico no Brasil e na América Latina como um todo ainda está aberta, mas não por muito tempo. Breve essa tendência vai se inverter e teremos uma proporção menor de pessoas em idade produtiva. É necessário investir em Educação, Inovação e no principal ativo da Economia do Futuro: o capital humano, porque o bônus demográfico é um fenômeno histórico que não se repete.
Que a Revolução da Educação seja mais do que retórica política vomitada ao vento e que o Brasil faça sua lição de casa, ainda que tardia, para que o bônus de hoje não vire o ônus de amanhã.
Já morou no sul e no norte do país. Vive sempre no mundo da lua e atualmente mora mesmo é nas estradas do Brasil. É Diretor da MIND PESQUISAS, pós graduado em Marketing, possui um Master em Comunicação Empresarial e cursou a Escola Avançada de Pesquisa de Mercado na University of Georgia em Atlanta nos EUA. Conduziu milhares de pesquisas em todo o Brasil. É autor do livro “Pesquisas de Opinião Pública”. Fundou o portal “Revolução Prateada”, que estuda a Economia da Longevidade. É guitarrista mequetrefe, tenista meia boca, Professor da FGV e escritor, além de pai do Cássio e do Tárik, suas duas melhores obras.
Alexandre leva para as empresas uma mensagem descontraída leve e muito atual a partir de suas experiências e conhecimentos. Inovação, Criatividade, Empreendedorismo, Longevidade, Felicidade e Cenários são apenas alguns dos assuntos que ele pode levar para sua equipe. Entre em contato e solicite um orçamento agora.
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