Igualdade entre os sexos? Nem na aposentadoria. Pelo menos é o que aponta um estudo feito pela empresa de investimentos Fidelity International, que foi objeto de reportagem do jornal britânico “The Times” mês passado, compartilhado no Blog Longevidade: Modo de Usar. De acordo com o levantamento, para alcançar a mesma poupança que um homem, uma mulher deve poupar um terço a mais que ele! A explicação é simples: além de, em média, receberem menos que os homens, as mulheres têm mais chances de sacrificar a carreira, ou sair temporariamente do mercado de trabalho, para criar os filhos ou cuidar de um parente idoso. Por fim, elas vivem mais do que eles – trocando em miúdos, a velhice feminina pode ser mais longa, solitária e sem dinheiro.
Há uma outra questão que limita a capacidade de poupança feminina: a mulher que investe tende a ser mais conservadora em suas aplicações, gerando um retorno menor sobre o investimento. Não há dúvida de que esse é um bom indicativo da importância da educação financeira e também do potencial desse mercado. Na Grã-Bretanha, onde foi realizado o estudo, um homem na faixa entre 25 e 34 anos tem a expectativa de chegar aos 68 anos com uma reserva financeira de 142 mil libras (o equivalente a quase 700 mil reais). Já a mulher nessa faixa etária deverá alcançar uma poupança de cerca de 126 mil libras (pouco mais de 600 mil reais).
O conselho da Fidelity:
As mulheres deveriam poupar um ponto percentual a mais que os homens para atingir o mesmo patamar que seus pares.
Tarefa nada fácil, considerando que, nos países de renda média e alta que fazem parte da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o salário feminino corresponde a 85% do masculino.
Sallie Krawcheck, uma das fundadoras da Ellevest, empresa americana de consultoria financeira para mulheres, já havia declarado à revista “The Economist” que “a crise de poupança para a aposentadoria é uma crise feminina”. Nos Estados Unidos, as mulheres se aposentam com rendimentos quase 40% menores que os homens. Muitas se veem presas a relacionamentos abusivos porque não têm meios de sobreviver e essa é uma lição que deve ser transmitida a filhas e netas, para que não caiam na mesma armadilha. Não é a primeira vez que escrevo sobre o tema e continuarei a bater na mesma tecla dada a sua relevância: é fundamental mudar o padrão mental de lidar com dinheiro. Não diga que vai começar a guardar algum quando receber aumento ou zerar todas as dívidas, os especialistas garantem que isso não funciona!
Primeiro separe uma quantia, mesmo que seja pequena, como se estivesse pagando a você mesmo (a): por exemplo, comece com 5% do seu salário, depois tente chegar a 10%. Fuja de produtos bancários de má qualidade, que têm baixo retorno ou altas taxas de administração. Essa é sua reserva e, no longo prazo, vai fazer diferença.
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