Como será nossa vida no futuro?


Você gostaria de viver até quantos anos? Para muita gente, ter uma vida longa só vale a pena com qualidade, saúde e dinheiro suficiente para se alimentar bem, ter onde morar confortavelmente e não depender de ninguém.

Mas e se você pudesse viver até os 100 anos com a mesma qualidade de vida que tem hoje? E se pudesse frequentar universidades, morar com as pessoas que gosta, se exercitar e se sentir útil até ficar bem velhinho?

Os professores da London Business School (Inglaterra), Lynda Gratton e Andrew Scott, descrevem os desafios e escolhas inteligentes para quem deseja ter uma vida longa no livro “The 100-Year Life – Living and Working in an Age of Longevity” (“Cem Anos de Vida – Vivendo e Trabalhando na era da Longevidade”). Eles defendem que viver mais pode ser um presente, e não uma maldição.

As conclusões dos autores foram debatidas na palestra “Você está preparado para viver 100 anos?”, durante o Festival Path 2017, em São Paulo. Os palestrantes Denise Mazzaferro, Lilian Liang e Mórris Litvak falaram sobre quem são as pessoas mais longevas e como será a vida dos idosos no futuro.

Quem são os mais longevos

As pessoas mais longevas têm características em comum:

– Bem-estar físico e mental

– Aprendizagem ao longo da vida

– Participação cívica, social e no mercado de trabalho

– Segurança em vários níveis

Os mais longevos fazem parte de um grupo — geralmente religioso — que adota bons hábitos. Eles também têm válvulas de escape que ajudam a desestressar. Pode ser um ritual espiritual, um hobby ou a prática de um esporte. O importante é manter corpo e mente equilibrados.

Ter um projeto de vida é um dos pontos principais. Segundo os palestrantes, isso acrescenta nada menos do que sete anos na longevidade. Ter sonhos e objetivos é fundamental. Portanto, esqueça a ideia de chegar aos 80, vender a casa, doar os móveis e esperar a morte chegar morando de favor com um familiar.

Projeto de vida longa

Você já perguntou aos seus avós quais os sonhos deles? Hoje, idosos ainda têm um único objetivo: cuidar da saúde até finalmente chegar a hora de descansar. Aos olhos da sociedade, por outro lado, jovens que não têm sonhos só podem estar deprimidos.

vida longa

Foto: Istock/Getty Images

Seu projeto de vida deve te agradar o suficiente para te manter engajado por muitos anos. No passado, a escolha da profissão era movida mais pelo dinheiro do que pelo prazer. Hoje, isso está mudando. Há inúmeras opções de carreira e os jovens fazem suas escolhas de acordo com preferências e habilidades. Além disso, mudam de área quando estão infelizes.

Pergunte-se diariamente o que te mobiliza. Você acorda para trabalhar com vontade de produzir ou com vontade de voltar para a cama? O caminho que está seguindo hoje vai te levar para algum objetivo maior no futuro? Ou você está apenas seguindo o fluxo?

Denise Mazzafero, mestre em gerontologia, contou que os senhores de 80 anos não sabem expressar o que é propósito – um termo tão valorizado pelos jovens. Desde cedo, temos que nos planejar para o futuro, cultivar sonhos e persegui-los. E essa perseverança deve continuar até o fim da vida.

Como será viver 100 anos

Hoje, continuamos estruturando nossa velhice da mesma forma que nossos avós faziam — mesmo sabendo que provavelmente vamos viver mais do que eles. Segundo os professores da London Business School, chegou a hora de mudar a forma como encaramos a velhice. Lynda Gratton e Andrew Scott defendem que, no futuro, a vida não será mais ditada cronologicamente, e sim feita de multiestágios.

Foto: Istock/Getty Images

Isso significa que jovens, adultos e idosos frequentarão os mesmos espaços. Ir para a faculdade não será um privilégio de quem ainda não chegou aos 30, e sim de qualquer pessoa. Idosos não serão impedidos de encontrar emprego por causa da idade.

As relações familiares vão se modificar e viver com amigos será cada vez mais comum. Afinal, integrar e conviversão características fundamentais da longevidade. Por fim, seremos e pareceremos jovens por mais tempo.

A perspectiva parece boa, mas para chegar lá, muito precisa mudar. Políticas públicas para a terceira idade não devem ter foco apenas na aposentadoria, mas também na integração do idoso na sociedade. Saúde de qualidade e segurança para todos é essencial – o que é um desafio para os países subdesenvolvidos.

A maioria das crianças que vivem em nações ricas já esperam viver mais de 100 anos. Nos países subdesenvolvidos, o cenário ainda é outro. No entanto, mesmo que em ritmos diferentes, o mundo todo está envelhecendo e olhar com mais carinho para a velhice é urgente.

E você? Está preparado para ter uma vida longa, próspera e boa?

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