Roberto Marinho, aos 60 anos, fundou a Rede Globo de televisão. Embora fosse jornalista e empresário, o negócio de televisão implicava altos investimentos em equipamento e talento e não havia garantia alguma de que o empreendimento iria para frente. Em menos de dez anos, sua emissora atingiu a liderança em audiência e em faturamento publicitário, e sua história se tornou inspiração para todos que, já de cabelos brancos, pensam em se lançar no mundo dos negócios.
Confira o texto publicado no Diário do Grande ABC.
Muitos dos que acalentam ideias desta natureza procuram o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). “Em todas as palestras que eu faço, sempre no final tem alguém da terceira idade que diz ter a intenção de abrir uma empresa”, diz o consultor Fábio Costa, do escritório regional do Sebrae no Grande ABC.
Os empreendedores de mais de 60 anos se dividem em dois grupos principais: os que já tiveram outros negócios, identificaram uma oportunidade e querem continuar a empreender. Há um segundo grupo, formado por aqueles que nunca tiveram um negócio, mas que sempre sonharam com isso e, depois de aposentar, passam a ter tempo e capital para montar uma firma.
“O principal diferencial do empreendedor de 60 anos é o seu comprometimento com o projeto, que costuma ser muito maior do que o demonstrado pelas pessoas de 30 ou 40”, diz Costa. “Quando eles são permeáveis aos conceitos que passamos para eles e aderem às orientações, eles as levam adiante com muita disciplina e acabam por obter resultados melhores.”
IMPERMEÁVEL
Entretanto, Costa adverte que há muita teimosia entre os clientes da terceira idade. “Muitos são muito resistentes a aceitar que o mundo em torno deles mudou e isso pode comprometer todo o projeto de uma nova empresa ou a recuperação de uma que já existe”, observa.
Segundo o consultor, as histórias são muitas. Exemplo disso é um senhor que disse no Sebrae que há 17 anos conduzia o negócio da mesma maneira, mas que agora os resultados já não eram os mesmos. Quando esse empresário abriu, não tinha nenhum concorrente, hoje tem oito. “O mercado muda muito rapidamente e é preciso rever, atualizar o negócio constantemente. Novas técnicas e processos de gestão surgem conforme a tecnologia avança e precisam ser incorporadas. Mesmo que a técnica para fazer o produto seja a mesma, os processos administrativos mudam conforme o mercado evolui”, garante Costa.
O preconceito é outra coisa que atrapalha os idosos. Costa já atendeu várias esposas que foram buscar conselhos para a empresa dos maridos que se recusavam a ir procurar ajuda para os negócios que têm há décadas.
Diante destas experiências, o consultor diz que muitas vezes o empreendedor de primeira viagem, mesmo que mais idoso, tem mais chances de se abrir à inovação do que o que está paralisado pelas certezas que adquiriu num cenário de mercado que não existe mais.
“O fundamental é ter o coração e a mente abertos. Se tiverem essa flexibilidade e usarem sua experiência e disciplina, certamente serão empresários de sucesso.”
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